O assunto da vez é o Burnout, tema a qual você já deve ter se deparado pelos corredores corporativos e até mesmo nos mais diversos meios de comunicação com alerta e informativos sobre essa síndrome que tem ganhado cada vez mais visibilidade e atenção dentro das empresas. Saiba mais conferindo o artigo abaixo!

Atualmente, é cada vez mais frequente ouvirmos falar sobre a Síndrome de Burnout, os efeitos colaterais, os sintomas e tratamentos, além de referências e instruções de como lidar com essas situações no mundo corporativo.

Além disso, vamos perceber um pouco da relação entre a cultura do corporativismo e dos intitulados workaholics com o atual surto de pessoas com Síndrome de Burnout e a importância das empresas olharem para esse tema com bastante cuidado e atenção. Mas afinal, o que é Burnout e como tratar essa síndrome? Confira a seguir!

Índice


O que é Burnout? 

Se você já pesquisou na internet ‘burnout o que é’, então vamos tirar sua dúvida agora! A Síndrome de Burnout, também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, é uma doença ou distúrbio mental ocasionado por situações de trabalho desgastantes. 

A síndrome foi primeiramente descrita por volta de 1974, pelo médico americano Freudenberger, e o transtorno está registrado no grupo 24 do CID-11 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde).

Burnout significado: sua principal característica é a exaustão física e mental, além de estresse ocasionado por situações de trabalho desgastantes.

Sintomas do Burnout

O dia a dia no trabalho, dentro de uma empresa, no trabalho remoto, em startups, nas grandes empresas, em horários alternativos ou comerciais, na maioria das vezes, tende a ser bastante desafiador e estressante

Ainda mais após a pandemia de Covid-19, que trouxe mudanças no formato de trabalho devido ao auxílio e novas percepções trazidas pela tecnologia, vemos cada vez mais diversas reuniões presenciais ou online, cada vez mais responsabilidades, menos tempo ou prazos mais curtos, distribuição de tarefas mais agressivas, além das metas ousadas que podem demandar muito do emocional, psicológico e físico de um colaborador. 

A falta de confiança e estresse extremo são alguns dos principais sintomas do Burnout, que é identificado em mais e mais trabalhadores nas empresas, ainda que possamos ter a impressão de que com a facilidade do trabalho remoto ou híbrido (novos modelos de trabalho), as coisas tenham amenizado um pouco. 

Confira alguns dos principais sintomas dessa síndrome:

    • Cansaço excessivo (físico e mental): é como se as pessoas não se desligassem, estivessem sempre conectadas ao trabalho ou às situações de desgaste, ainda que estejam em outro ambiente fora do escritório, por exemplo;
    • Insônia: causada por conta do alto nível de preocupações e frustrações;
    • Alterações no apetite: o foco está sempre voltado para o trabalho e em tudo o que precisa ser cumprido, nos prazos que estão chegando ao fim, interferindo na saúde mental e emocional, inibindo até mesmo o apetite;
    • Falta de confiança: por conta do acúmulo de funções e responsabilidade, é normal que as pessoas se sintam insuficientes e acabem ficando inseguras ou com falta de confiança no seu próprio trabalho;
    • Negatividade: é muito comum que as pessoas percam o otimismo e passem a focar e pensar que nada dará certo;
    • Alterações de humor: assim como em outros distúrbios, como transtorno de ansiedade e depressão, a intensidade dos sentimentos e desgaste emocional e mental levam as pessoas a sofrerem com alterações frequentes no humor;
    • Isolamento: ocasionado pelos demais sintomas listados capazes de fazer com que as pessoas se afastem das outras;
    • Pressão alta: por conta das preocupações com as responsabilidades e situações tóxicas;
    • Dores musculares: provocadas pela tensão física;
    • Falta de energia: para manter hábitos saudáveis e até para tarefas pequenas no dia a dia;
    • Falta de vontade: é comum ficar confuso em relação aos próprios gostos;
    • Sentimento de derrota: devido à sensação de não conseguir dar conta dos deveres e cobrança constante.

      Além dos sintomas listados acima, é possível notar um pouco mais na demora das entregas de tarefas no trabalho, e ainda um aumento na frequência de atrasos, dado pela junção de diversos sintomas tais quais como, falta de vontade, fadiga, falta de confiança e outros fatores que influenciam diretamente a motivação do colaborador.

      É necessário estar sempre atento aos sintomas, já que no mundo corporativo  tudo acontece muito rápido, com prazos cada vez mais curtos e demandam muita atenção para com todas as responsabilidades atreladas a cada um. Um alerta em especial para os intitulados “workaholics”, pessoas que trabalham incessantemente sem se permitir folgar ou ter um dia sem pensar no trabalho.

      Esses tipos de atitudes favorecem o Burnout, já que a pessoa acaba não desligando das funções e responsabilidades, ocasionando o sentimento de insuficiência que ao longo do tempo pode desencadear a síndrome de Burnout.

      Como é o diagnóstico da Síndrome de Burnout? 

      É necessário realizar uma análise clínica por profissional qualificado (um psicólogo ou psiquiatra) para identificar, e se certificar de que o paciente sofre com a Síndrome de Burnout, a partir daí ter as instruções sobre o que fazer para iniciar o tratamento.

      A partir do diagnóstico, uma das coisas mais importantes, independente do caso do paciente, é o apoio de familiares e amigos próximos, já que esses poderão identificar alguns dos sintomas que o próprio paciente pode sentir dificuldade em mencionar e direcionar o paciente ao diagnóstico em um hospital ou clínica.

      Vale lembrar que o SUS possui uma rede de apoio e tratamento para os casos de Burnout, inclusive com psicólogos, psiquiatras e medicamentos, para os casos mais acentuados e de acordo com as necessidades dos pacientes. 

      Como é o tratamento da síndrome de Burnout?

      O tratamento vai depender de cada caso, visto que é necessário o diagnóstico realizado por um psicólogo ou psiquiatra, conforme mencionamos, porém, nos casos mais graves, pode ser necessário a utilização de ansiolíticos ou antidepressivos, enquanto nos casos mais leves, o apoio familiar e a prática de exercícios físicos e de relaxamento regulares já podem ser suficientes.

      Mais uma vez ressaltamos a importância do diagnóstico realizado por um profissional qualificado antes do início ou definição do tratamento de um paciente e independente do grau de gravidade, é imprescindível o apoio dos mais próximos ao paciente, inclusive no ambiente corporativo.

      Burnout no ambiente corporativo 

      Já falamos sobre o que é a síndrome de Burnout, alguns dos seus sintomas e o que ocasiona esse problema, mas, afinal, como e quanto um ambiente corporativo pode influenciar na saúde mental e emocional (gerando impacto direto na saúde física) de um colaborador? 

      Há algum tempo, era normal e até sinônimo de status, ter o nível de responsabilidade ou de comprometimento corporativo mensurado por agendas lotadas, telefone tocando sem parar, além de reuniões e compromissos fora do horário comercial. 

      Não é a toa que após diversas pessoas sofrem com o corporativismo e suas ações que por si só já demandam bastante, que ainda contam com todo um background de muita pressão no trabalho, principalmente em ambientes não humanizados, metas extremamente ousadas, entre outros problemas que levam os profissionais a terem a síndrome de Burnout ou outras doenças relacionadas.

      Atualmente, muitas empresas têm sido cobradas para olharem mais para o colaborador e respeitarem o tempo e espaço de cada profissional, ou seja, é necessário encontrar o equilíbrio entre o limite natural das cobranças e entregas que precisam ser feitas e demandadas de forma saudável.

      Vale ressaltar a importância da empresa no cuidado e olhar especial para esse tipo de situação. A devida atenção pode prevenir impactos ainda maiores, e as devidas medidas devem sempre ser tomadas, tal qual afastamento ou férias do colaborador, inclusive nas empresas mais tradicionais que tendem a ter uma cultura corporativa menos assertiva. 

      Como a cultura da empresa pode gerar Burnout?

      Além da cultura dos workaholics, em que o corporativismo é tido como status e define o nível de importância de alguém baseado na agenda de trabalho dessa pessoa, hoje em dia, temos tecnologia a nosso alcance que ajuda bastante o dia a dia de trabalho, mas que também pode atrapalhar em relação aos aspectos de saúde mental. 

      Caso a empresa tenha uma cultura mais agressiva, já é difícil desvincular nos horários fora de expediente por conta de toda a pressão e responsabilidades impostas, ou pela forma como são feitas as cobranças ou através do uso do celular e notebook que tornam a relação profissional ainda mais complicada. 

      A qualquer momento é possível verificar a caixa de entrada dos e-mails, mensagens nos aplicativos de conversas simultâneas, nas redes sociais, entre outros aplicativos.

      Por esse motivo, é imprescindível melhorar esse tipo de cultura dentro da empresa, priorizando o horário de descanso do colaborador, se quiser ter colaboradores saudáveis e produtivos.

      Afinal esse “looping” de trabalho pode parecer inofensivo, mas a médio prazo faz bastante diferença na rotina e é aí que vemos o maior impacto positivo das relações de trabalho nas empresas que adotam culturas humanizadas com estratégias de Employer Branding e Cultura Organizacional bem definida. 

      Nesses casos, geralmente o colaborador tem mais flexibilidade de trabalho e um ambiente mais acolhedor ou de apoio, a qual se sente mais relaxado e livre para otimizar suas demandas e tarefas no dia a dia. Isso tudo pode ajudar a distribuir melhor as responsabilidades, além de flexibilizar as relações e prazos, tornando o ambiente de trabalho menos agressivo e pesado. 

      Como a empresa pode ajudar a prevenir a Síndrome de Burnout?

      Ter uma cultura corporativa bem definida no ambiente de trabalho pode ajudar, principalmente quando falamos em cultura humanizada e pontos que motivam o colaborador em meio ao mercado agressivo e competitivo que ainda se sobressai no mundo corporativo. 

      Veja alguns outros aspectos que podem colaborar para a melhora da saúde, produtividade e fortalecimento da equipe na sua empresa:

      1. Incentivar a prática de exercícios físicos

      As práticas de exercícios físicos em grupos e até competições saudáveis entre os colaboradores são ótimos estimulantes para o bem-estar físico. Afinal, as atividades físicas ajudam a manter a saúde mental em dia, além de reforçar o sentimento de confiança em si mesmo, por isso os grupos de corrida, formação de times de vôlei ou futebol são ótimos exemplos.

      Vale elaborar uniformes personalizados e organizar campeonatos ou preparativos para alguma competição municipal a fim de engajar os atletas, oferecer troféus e medalhas (que também podem ser substituídos por um bônus ou prêmio em dinheiro).

      2. Oferecer um tempo para relaxar

      Sabemos que o mínimo que toda empresa deve fazer é respeitar o horário do colaborador, e fora dele. Por isso, é necessário criar uma válvula de escape e reservar um tempo para processar as informações e relaxar no dia a dia, principalmente por conta do uso excessivo da tecnologia

      Atualmente, é muito comum encerrarmos o expediente e seguirmos trabalhando em casa pelo notebook ou até pelo celular, seja em ligações, redes sociais ou respondendo e-mails. No entanto, é importantíssimo estabelecer um limite com horários e respeitá-los, principalmente quando o trabalho é realizado em casa. 

      3. Fortalecer a equipe

      Trabalhar a equipe como um time, com senso de dono, motivação e engajamento pode ajudar a manter a saúde do ambiente de trabalho e principalmente ser um grande diferencial a favor da empresa, considerando um mercado tão competitivo, pois gerará um ambiente agradável e confortável para o colaborador que se sentirá mais relaxado, de forma geral. 

      4. Incentivar os hobbies fora do trabalho 

      Como mencionamos, é necessário ter uma válvula de escape, algo prazeroso e pessoal e que tire o colaborador do estado mental da pressão e senso de urgência. Ler livros, jogar vídeo game, assistir filmes, desenhar, fotografar, tocar algum instrumento musical, são alguns exemplos de passatempo que podem distrair e ainda diminuir o estresse. 

      No longo prazo essas atitudes fortalecerão a personalidade de cada um ajudando na prevenção e bem-estar do colaborador.

      Qual a relação entre Employer Branding e Burnout?

      O Employer Branding vem ganhando força já há algum tempo nas tendências em estratégias dentro das empresas, já que traz muitos resultados positivos, tanto para os negócios quanto para os funcionários.

      Focado na marca empregadora e de mãos dadas com a cultura corporativa humanizada, essa estratégia tem diversos benefícios, tanto na retenção e atração de talentos de forma mais geral, quanto em impactos diretos na saúde e bem-estar do colaborador. 

      Por esse motivo, o employer branding traz consigo o benefício automático de cuidar para prevenir o Burnout, bem como outras síndromes, ou ao menos alertar para os cuidados quando surgirem casos de Burnout na empresa, prezando pela saúde e bem-estar do colaborador em primeiro lugar.

      Sem dúvidas, os benefícios do employer branding são ótimos incentivos para os negócios adotarem dentro das suas empresas, a fim de evitar o Burnout.

      Como promover um ambiente corporativo mais feliz?

      Para promover um ambiente de trabalho mais feliz, as empresas têm apostado cada vez mais em ambientes humanizados, com uma cultura organizacional que favoreça o engajamento e motivação entre os colaboradores. 

      Com a cultura humanizada, ambas as partes envolvidas ganham! No caso do colaborador, acaba sendo favorecido na tomada de decisões feita pela alta direção, já que empresas humanizadas tendem a considerar cada vez mais o bem-estar e motivação do colaborador enquanto pessoa que preza por qualidade de vida, além dos cuidados com a família, etc. 

      Todo esse pacote impacta diretamente no ambiente de trabalho, se tornando mais leve, onde os colaboradores tendem a entregar mais de forma orgânica por estarem engajados com a marca empregadora e felizes em suas posições. 

      Mais um aspecto a se considerar é a comunicação interna. Quanto mais transparência e proximidade da empresa com o colaborador por meio da comunicação, mais positiva será a experiência do funcionário. Afinal, os profissionais tendem a se sentir mais acolhidos quando geram um vínculo afetivo entre os colaboradores.  

      Outro ponto a reforçar seria o engajamento ou fortalecimento da equipe. Isso porque uma equipe engajada e motivada fará com que o colaborador não se sinta sozinho, além de ter maior flexibilidade e liberdade para ser transparente. 

      Agora você já sabe o que é o Burnout, como é causado, como ajudar os profissionais que lidam com a síndrome e que precisam do apoio da empresa, então esperamos que as nossas dicas ajudem os próximos passos para melhorar ainda mais a cultura e engajamento da sua empresa!