Se employer branding é uma estratégia de negócio, porque a responsabilidade seria só do time que faz a gestão e criação desse plano? 

Bingo, tenho algo pra lhe dizer, EB é um ciclo de vida que não tem fim e passa por vários pontos que conectam e fazem sua estratégia de posicionamento de marca como empregadora ser percebida, efetiva e consistente. Para pensar sobre isso, precisamos entender que toda marca é um produto, e quando falamos de marketing o conceito é bem simples até a compra: 

  1. Consciência de marca (qualquer local ou ponto de contato que a pessoa candidata percebe que sua marca existe e ali entende sua empresa como oportunidade)
  2. Consideração (é como sua marca causa desejo nas pessoas e isso pode acontecer enquanto candidata ou colaboradora) 
  3. Fidelização (quando a jornada do colaborador acontece, do primeiro ao último dia). 

Existem jornadas e dentro dessas jornadas, conexões que fazem fazem parte da sua estratégia e tem total responsabilidade para que aconteça. Brinco eu, ou talvez seja uma verdade mais que real, o rh (ou onde o time de EB estiver alocado) precisa começar a pensar nas suas entregas como produto, produto de gente e para pessoas! No final, todo mundo busca apenas uma coisa: experiências positivas. O mundo do consumo tem mudado, as pessoas estão mais conscientes, conectando seus valores pessoais na hora de fazer uma compra, se conectando ao propósito de uma marca e não seria diferente para escolher um trabalho e uma empresa. Hoje, é tudo como um produto na prateleira, exposto, com propaganda, mas a experiência só é comprovada depois de testado. 

E o que contém um “produto”, estratégia de EB? Não tem receita de bolo! Mas num ponto simples: 

  • EVP (Proposta de Valor do Empregador), ou melhor, o que a empresa oferece se tornando única para a pessoa candidata (nem toda empresa começa com um EVP);
  • Ambiente de Trabalho (colegas de trabalho, modelo de trabalho, gestão, etc);
  • Cultura (tratativa com funcionários, transparência, valores, cuidado, saúde, etc);
  • Carreira (desenvolvimento e como esse desenvolvimento acontece, programas, aceleração, etc) 
  • Reconhecimento (como as pessoas são reconhecidas: salário, promoções, méritos e benefícios); 
  • Propósito (conexão com o impacto que sua organização causa na vida das pessoas e sociedade); 
  • Liderança (hoje é mais que comprovado, que as pessoas não deixam empresas e sim lideranças, então esse é um ponto alto, tanto em hiring experience, quanto em experiência do colaborador);
  • E mais várias coisas que poderia citar, mas vou parar aqui. 

Entende que tudo que citei acima é uma jornada? Da porta de entrada, até a saída? A questão é, o que é necessário para que sua proposta de valor seja real? 

E hoje, acredito que posso responder com a cabeça leve pra dormir no travesseiro: tempo. As empresas têm vivido dias intensos, metas desafiadoras, mas Employer Branding necessita de tempo, estudo, adequação, readequação, mudança de rota e principalmente coerência. 

Se você é profissional de EB, eu diria que a sua maior dificuldade não é montar uma campanha linda, mas fazer com que todos os pontos de conexão da sua marca como empregadora entendam: somos uma estratégia só. E fazer com que isso seja entendido por todos e todas é moroso, você precisa ganhar espaço, confiança e construir resultados aos poucos, assim você chegará lá. Quando o mercado entender isso (nível de maturidade sobre o que realmente é EB),o caminho será menos complexo. Integração é a palavra que define como uma marca é vista é percebida, e isso é uma baita desafio! 

Outro exemplo muito claro que posso trazer sobre o tema é o que chamamos de hiring experience ou experiência da pessoa candidata, e se engana quem pensa que o processo seletivo é uma responsabilidade apenas da pessoa recrutadora. Estamos vendo o mercado mudar dia a dia, e com isso as empresas precisam acompanhar as mudanças, por isso o processo seletivo é uma responsabilidade de todas as pessoas que fazem parte dele, da pessoa recrutadora a liderança, todos devem imprimir a mesma trativa, o mesmo discurso, saber tirar dúvidas, comunicar desafios técnicos, benefícios de aceitar a oportunidade e os desafios que você irá encontrar e enfrentar pelo caminho. Na minha experiência como Tech Recruiter no passado, vi inúmeras pessoas candidatas se encantarem pela empresa no primeiro contato, mas após alguns fases é notável que o funil diminui, temos vários indicadores aqui: falta de conexão com a liderança no ponto de contato, não identificação com a estratégia de diversidade e inclusão da empresa, não se sentir seguro com falas que foram percebidas de forma diferente durante a jornada, comunicações importantes sendo comunicadas de forma diferente, etc. 

O que isso tudo nos diz? A palavra é credibilidade. Todos precisam estar prontos para defender a marca, passar a realidade sobre ela e assim entregar propostas de valor verdadeiras, até que tudo deixe de ser um produto na prateleira e a pessoa candidata compre e queira levar pra casa, também temos outro ponto, a ideia comprada tem data de validade, precisamos entender que pessoas ficarão na em empresas até sentirem que o desafio terminou, deu-se tudo que podia pra marca e a marca deu tudo o que podia para a pessoa, o importante é fazer com que essa jornada seja positiva e satisfatória. 

Estou descobrindo o que consigo definir ao longo desse tempo, mas também não acredito que seja o detentor do que é verdade ou não, mas uma coisa é fato: as marcas mais valiosas do mundo, como produto e empregadora, causam o efeito UAU dos dois lados da moeda. 

Se existe um produto incrível, pessoas incríveis estão por trás dele, e para que isso aconteça as empresas precisam cada vez mais pensar em sua pessoa colaboradora como pensa no cliente externo. Estamos vivendo um movimento cada vez mais forte de marcas investindo pesado em experiências exclusivas e únicas para seus clientes para compra de seus produtos (o metaverso tá aí né?), e isso nos mostra que as pessoas estão buscando cada vez mais por EXPERIÊNCIAS, positivas e que agreguem valor para suas vidas, não seria diferente na hora de escolher um trabalho. 

Espero ter contribuído, me manda um inbox pra gente falar melhor sobre! Bora construir um mercado mais consciente sobre EB juntos, juntas e juntes!

Formado em Psicologia pela Universidade Paulista, possui experiência de 3 anos em recrutamento e seleção para áreas de tecnologia, produto e dados. Certificado em Marketing Digital pela Digital House e atualmente Employer Branding na Contabilizei fazendo a gestão e nutrição da área de EB. 
Passando por empresas de consultoria em recrutamento e também pela Neoway Brasil.