O que são benefícios corporativos? Se você digitar essa pergunta no Google, vai chegar a resultados que afirmam, com estas ou outras palavras, que benefícios corporativos são as vantagens que as empresas oferecem para seus empregados, seja de forma voluntária, seja por obrigação legal. Mas essa é uma definição que passa longe de englobar toda a complexidade do assunto. 

Faça a mesma pergunta a um especialista na gestão de pessoas e provavelmente você receberá uma resposta muito menos técnica e consideravelmente mais completa. Benefícios, afinal, têm um valor imaterial que ultrapassa as definições legais e conceituais, atingindo amplamente a experiência do colaborador e a imagem de marca empregadora. 

Hoje, os benefícios corporativos são peças centrais no que chamamos de RH estratégico, uma abordagem de gestão de pessoas com desdobramentos em todas as áreas da companhia. Se bem utilizados, eles promovem um clima positivo, aumentam a performance, facilitam a atração de talentos e diminuem o índice de rotatividade. Se mal utilizados, podem minar a competitividade de uma empresa. 

Benefícios são, portanto, aliados importantes do Employer Branding. Mas nem sempre foi assim. Neste post, vamos falar sobre a evolução dos benefícios corporativos, sua atual relevância estratégica e o seu provável futuro. Acompanhe!

A evolução dos benefícios corporativos

Para falar da história dos benefícios corporativos é preciso falar da história da própria área de recursos humanos. Historicamente responsável por estabelecer e mediar as relações de trabalho, o RH tem as próprias características alteradas por mudanças econômicas, organizacionais e sociais que alteram as necessidades e demandas dos colaboradores. 

E, geralmente, essas alterações se refletem na forma como os benefícios são vistos e utilizados. Lá no início, pouco depois de deixar para trás a alcunha de setor de relações industriais, o RH servia basicamente para cumprir as burocracias indispensáveis para o funcionamento do negócio. Supervisionava pontos, jornadas e garantia o cumprimento de normas. 

Por muito tempo, o RH se manteve nessa posição. Durante todo esse tempo, os benefícios corporativos também ficaram estagnados. A Consolidação de Leis do Trabalho (CLT) estabelece, desde sua criação, alguns direitos básicos dos colaboradores, o que inclui benefícios como férias, décimo terceiro e vale-transporte. Ou seja, oferecer isso não passa de obrigação. 

Só que as tais mudanças sociais e econômicas que ocorreram desde o início da CLT alteraram, também, as relações de trabalho. Se antes o colaborador não tinha o poder de analisar diferentes vagas de emprego e escolher a melhor, hoje estamos mais próximos disso. Esse “empoderamento” do trabalhador acirrou a disputa por talentos e tornou indispensável o investimento em Employer Branding. 

Assim, fazer a obrigação deixou de ser suficiente. Pouco a pouco, em um processo que ainda se desenvolve, as empresas começaram a explorar formas de vencer a competição e se posicionar como o melhor lugar para o colaborador trabalhar. E aí foi necessário criar a oferta de novos benefícios, voluntários, que muitas vezes sequer são mencionados pela legislação. 

Rapidamente, o mercado de benefícios se agitou. As cestas de vantagens oferecidas pela empresa tornaram-se fundamentais para criar um clima organizacional atrativo, capaz não apenas de atrair e manter os melhores talentos, mas também de elevar consideravelmente a performance interna e os resultados gerais da companhia. 

A atual importância dos benefícios corporativos

No desenrolar de algumas décadas, os benefícios corporativos deixaram de ser elementos burocráticos, oferecidos por obrigação legal, para se tornarem fatores importantes para o sucesso das empresas. Ainda assim, algumas companhias insistem em um olhar ultrapassado e hesitam em entrar, de fato, na nova era dos benefícios. Contudo, a tendência é inevitável. 

Quem não prestar atenção à atual importância dos benefícios corporativos vai perder poder competitivo e enfrentar cada vez mais problemas para cumprir as métricas mais básicas do RH. A começar pela atração de talentos. 

Atrair talentos não é uma missão fácil, especialmente em determinadas indústrias. Com rápido acesso a informações sobre a marca empregadora, os profissionais visados pelo mercado dificilmente aceitam trabalhar em empresas que não ofereçam experiências atrativas. E boa parte dessa experiência é pautada pelo pacote de benefícios corporativos. 

Para ter uma ideia disso, basta olhar para um caso extremo: o mercado de tecnologia. Conhecida pela escassez de talentos e pela disputa por profissionais, a área de TI serve como bom exemplo da importância do investimento em atração. Os dados abaixo são de uma pesquisa realizada pela CIO:

 

  • 86% das organizações disseram que é desafiador recrutar e reter talentos de TI/tecnologia com conhecimento profundo de tecnologia no local, como ERP e CRM;
  • 42% disseram que as lacunas de talentos estão desacelerando as iniciativas de modernização da TI;
  • 37% das empresas já sofreram atrasos ou cancelamentos de projetos devido à falta de talentos de TI disponíveis; 36% relataram problemas de produtividade; e 28% disseram ter perdido oportunidades de expandir os negócios;
  • 51% dos cargos de diretoria e superiores (ou seja, aqueles que tomam decisões de contratação) estão preocupados com uma potencial escassez de tecnologia.

 

Como fica claro, a dificuldade para recrutar é um problema real. Para superá-lo, é preciso convencer os profissionais de que a empresa é um bom lugar para trabalhar. E oferecer um bom pacote de benefícios é um bom caminho para isso. 

Além de atrair, é preciso reter. Altos índices de turnover elevam os custos da companhia, aumentam a curva de aprendizado e dificultam a continuidade de projetos. E a influência dos benefícios nesse quesito é comprovada por diversos estudos. Um deles, realizado pela PayCor, revelou uma diferença abissal entre as rotatividades de empresas que contam e que não contam com um bom pacote de benefícios: 

 

  • Empresas sem pacote de benefícios: turnover de aproximadamente 157%;
  • Empresas com pelo menos 6 benefícios: redução de até 138% no turnover.

O presente e futuro dos benefícios

Se hoje os benefícios já são essenciais para o sucesso das empresas, a tendência é que sua relevância cresça ainda mais em um futuro próximo. Só que não adianta simplesmente oferecer vantagens que você considera importantes para os colaboradores: é preciso montar o pacote certo, adequado às necessidades específicas das pessoas envolvidas. 

Por isso, é bom ficar de olho no que está por vir. Estudos como o Guia Nacional de Benefícios, que mapeou a oferta de benefícios ao redor do Brasil, são importantes para isso. De acordo com a última edição da pesquisa, por exemplo, existe um claro movimento de adesão à categoria flexível, que usa tecnologia de ponta para oferecer autonomia e liberdade aos colaboradores. 

Trata-se da categoria que mais cresceu nos últimos anos, saltando de uma prevalência de 26,2% em 2021 para um percentual de 44,2% em 2022. Para 2023 o prognóstico é que esse número passe para aproximadamente 67%. Ou seja, para quem ainda não embarcou, a hora é agora. 

Um dos desafios para implementar esses tipos de inovação na empresa é convencer a direção da importância do movimento. Essa é uma dor encarada quase diariamente pelo RH, que necessita de argumentos sólidos para mostrar que sem uma atenção especial à política de benefícios a empresa vai encontrar dificuldade para se manter competitiva. E não existe argumento melhor que dado. 

A Swile separou um infográfico com 12 estatísticas que comprovam a importância dos benefícios corporativos.

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