Employer Branding é um termo novo no Brasil, e em uma rápida pesquisa no Google Trends, conseguimos perceber que o termo começou a ganhar relevância à partir de 2017.

Apesar do estágio inicial, as empresas já identificaram a necessidade de ter uma área/ pessoas dedicada ao tema, principalmente quando falamos de empresas de tecnologia.

Para trazer contexto do mercado, vamos a alguns fatos:

  • Em 2018 o Brasil teve pelo segundo ano consecutivo quase o dobro de investimentos – segundo a LAVCA (Associação para Investimento de Capital Privado na América Latina).
  • Em 2019 o grupo japonês SoftBank investiu em muitas startups, e com valores significativos, como Creditas, Nubank, MadeiraMadeira, QuintoAndar, Gympass e Loggi, a tendência é que isso seja ainda maior até 2022.

Com o investimento, vem a necessidade do rápido crescimento das empresas, e eu vivencio isso diariamente trabalhando em uma dessas empresas. Quando cheguei na Creditas em 2017 éramos em ~100 pessoas, hoje já somos mais de 1500 e com expansão no México e um polo de tecnologia em Valência na Espanha.

Mesmo com a taxa de desemprego em 12%, a maioria dessas empresas buscam profissionais de tecnologia, ciência de dados e estatística, e a estimativa é que entre 2018 e 2024, serão mais de 400 mil vagas, sendo que no Brasil temos colocado, apenas, cerca de 100 mil engenheiros no mercado de trabalho a cada ano. – Fonte: clique aqui

Vemos empresas inovadoras chegando no Brasil e empresas tradicionais querendo se reinventar para atrair profissionais, que muitas vezes são atraídos pelo propósito e inovação das startups.

E conversando com o mercado, seja através de palestras, meetups, eventos e curso de EB pelo IBMEC que a comunidade Employer Branding Brasil a qual faço parte realiza, o que vejo muito são empresas querendo a fórmula para atração de talentos em tecnologia.

Quem dera eu ter a fórmula, mas reuni alguns aprendizados:

Employer Branding, é sobre estratégia!

Se engana o líder que acredita que você trará profissionais de tecnologia em 3 dias. Não tem simpatia para que isso aconteça, mas se você está alinhado a estratégia do negócio e sabe que essa será uma demanda da companhia para  os próximos anos, o momento de começar, é agora.

Primeiro identifique o público, o que essas pessoas fazem, o que gostam, o que veem, quais são seus sonhos e dores. Já ouviu falar de Mapa de Empatia? É uma ótima ferramenta para descobrir esses pontos e com isso conseguir fazer segmentações, conseguir conversar com seu público alvo e não simplesmente fazer ações pontuais que não geram impacto.

Por trás dos posts, eventos, palestras, precisa ter claro o que se espera.

Employer Branding é estratégia, você precisa entender o business em que sua empresa atua, qual a expectativa e metas, quais os desafios do time de RH, como está o mercado e com isso começar a traçar a estratégia de EB.
Não venda quem você não é! Parece óbvio, mas não adianta querer se posicionar como uma empresa de tecnologia, e na prática tudo rodar de maneira manual; Vender um ambiente com autonomia e proporcionar um ambiente de subordinação; Vender qualidade de vida e seus funcionários trabalharem até às 22h da noite todos os dias; Vender um ambiente descolado, com piscina de bolinha e mesas de jogos e seus funcionários serem julgados ao parar no meio da tarde para jogar;

O que as pessoas dizem sobre você quando você não está lá? Consegue responder? Isso é Employer Branding.

Trabalho multifuncional!

Employer Branding é o Marketing, a Comunicação, Eventos e Branding suportando o time de RH, e o gerenciamento da reputação que a empresa tem no mercado como marca empregadora.

Deve ser uma estratégia alinhada com todas as áreas para atração e a retenção dos talentos.
E em uma estágio mais avançado da sua organização, você fará com que naturalmente seus funcionários, se tornem embaixadores, promotores e defensores da sua marca empregadora.

As empresas de tecnologia, nascem sabendo da importância de EB para estratégia do negócio, afinal ser uma empresa competitiva no cenário mencionado no começo do artigo, não é somente pelo modelo de negócio, mas pela capacidade de escalar o negócio em um curto espaço de tempo, e para isso é preciso tecnologia, mas principalmente pessoas, pois sem isso, o negócio deixaria de existir.

Employer Branding é estratégia, segmentação, posicionamento e construção ao longo prazo.