Em uma conversa, uma amiga soltou a frase: “A qualidade do palco é sempre secundária à qualidade da peça de teatro”. Ao ouvir essa frase, confesso que fiquei em silêncio por alguns segundos, as sinapses estavam em êxtase, onde tudo começou a fazer sentido.

Lembro das palestras e painéis que participei no ano passado, a quantidade de relatos de empresas dizendo que aderiram o No Dress Code e criaram um espaço de jogos na empresa, mas que a adesão foi baixa, ou quase nula.

Isso talvez se deva a falta de conhecimento dos seus colaboradores, onde você como empresa precisa entender qual o seu EVP (Employee value proposition), como se diferencia de seus concorrentes de talentos, quais são as suas Personas, e com isso realizar projetos mais assertivos.

O termo EB vem ganhando força há 2 anos no Brasil, vemos um movimento grande de empresas de tecnologia ganhando força, e o mercado com um olhar mais positivo para as Startups Brasileiras, muitas estão se tornando Unicórnios, como 99, Pag Seguro e Movile, que possuem escritórios modernos, e que muitas vezes até nos lembram a nossa casa, dando vontade de passar a maior parte do tempo, mas isso não significa que a sua empresa precisa ser assim.

Já vi e ouvi de muitas pessoas o quanto elas se sentem mais importantes em empresas mais formais, que exigem delas dresscode, e que não sentem falta de sala de jogos, e isso está tudo bem, o importante é conhecer o seu público.

Confesso que sinto medo do termo Employer branding ser banalizado, vejo empresas querendo se destacar vendendo serviços que não são condizentes, outras querendo contratar um profissional de EB para cuidar somente das feiras de universidades, não que não temos essa função, mas é só uma pequena parte, pois EB esta ligado totalmente a estratégia do negócio.

E ao mesmo tempo que me preocupa, me motiva, vendo um movimento forte de evangelização do tema, pois não basta profissionais de RH entenderem o que isso significa, precisamos que todos na empresa saibam o impacto gerado no negócio, e confesso que não é uma tarefa fácil e me arrisco a dizer que é um trabalho de “formiguinha”.


Hoje o desafio de contratação já é grande, principalmente por talentos em tecnologia, mas existe um elemento que vai agravar a situação: 85% das profissões que vão existir em 2030 ainda não foram criadas. E sabe como se preparar para esse futuro que ainda não se conhece? O futuro começa agora, se preocupe nesse momento com a “qualidade da peça de teatro”, como esta o ambiente da sua empresa, quais as estratégias de melhoria, qual a experiência que seus candidatos tem no processo seletivo, como é a jornada que sua empresa proporciona, descubra o que você quer como marca empregadora, e depois disso, aí sim é o momento de se preocupar com a qualidade do seu palco.

Você vai conseguir aumentar a atração de talentos, mas principalmente irá conseguir retê-los, e a  cereja do bolo será que seus os funcionários serão os mais apaixonados pela sua empresa e o primeiro a falar bem e a fazer propaganda da sua empresa.